CIÊNCIA POLÍTICA - As práticas sado-masoquistas em Casa-Grande & Senzala e as diversas formas de violência de Ondina Fachel Leal
Bom dia, blog!!!
Esta é minha primeira postagem, então mereço aplausos 'clap clap clap clap clap....'
Pra inaugurar, resolvi postar um texto que produzi na aula de Ciência Política II (matéria que faço adaptação), onde a proposta era relacionar as práticas de sadismo e masoquismo entre portugueses e índias/negras descritas por Gilberto Freyre em Casa-Grande & Senzala com o texto de Ondina Fachel Leal sobre a violência e as suas formas. Além da relação, era preciso identificar agressores e agredidos.
Segue...
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Pra inaugurar, resolvi postar um texto que produzi na aula de Ciência Política II (matéria que faço adaptação), onde a proposta era relacionar as práticas de sadismo e masoquismo entre portugueses e índias/negras descritas por Gilberto Freyre em Casa-Grande & Senzala com o texto de Ondina Fachel Leal sobre a violência e as suas formas. Além da relação, era preciso identificar agressores e agredidos.
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"Gilberto Freyre, em sua festejada obra "Casa-Grande & Senzala", ao se debruçar sobre a questão da formação da sociedade brasileira, descreve as relações havidas entre portugueses com índias e negras, relatando a prevalência de práticas sádicas e masoquistas.
Assim, o dominador (homem branco europeu) deleitava-se por infligir dor e sofrimento às suas parceiras; já algumas destas, encontravam prazer em tal dominação.
Freyre ainda destaca que essa atitude de dominar as vezes brotava enquanto os futuros Senhores ainda eram crianças e subjugavam os seus acompanhantes ou "muleque leva-pancadas (Freyre, 2006, p 113)", o que refletiria em suas atitudes como adultos, quando se tornariam Senhores duros, tiranos e dados a crueldades.
O mais interessante é a relação que Freyre faz destes exemplos com a personalidade do povo brasileiro, especialmente se analisadas sob a ótica sócio-político. Neste prisma, o Estado impõe o poder e impera o 'mandonismo', mesmo que travestido de idéias liberais. Ainda assim, há uma aceitação do povo, que nas palavras do autor "...goza é a pressão sobre ele de um governo másculo e corajosamente autocrático (Freyre, 2006, p. 114)".
É neste ponto que o texto freyriano se encontra com as idéias de Ondina Fachel Leal, que destaca a existência de várias formas de violência e que esta sempre é um modo de exercitar o poder.
Para Leal, a violência se manifesta sobretudo de formas veladas nas relações do Estado com os cidadãos ou por ações das classes dominantes em face aos menos favorecidos.
O elo de ligação do masoquismo freyriano e o pensamento de Leal é que em ambas situações o oprimido aceita a dominacao e 'reconhece um papel subalterno e passivo (Leal - A violência e suas formas)'.
Em síntese, no texto de Freyre a opressão a princípio vem dos conquistadores europeus e num segundo momento encontra no Estado seu executor. As vítimas são índias/negras e toda a sociedade, respectivamente.
Já no texto de Leal, o Estado e as classes dominantes são geralmente os algozes, enquanto os menos favorecidos são os agredidos (estes, quando assumem o papel de agressores, encontram na violência física o único meio de demonstrar poder).
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